terça-feira, 12 de outubro de 2010

TROPA DE ELITE 2 - SINDROME CORONEL NASCIMENTO...

É assim que me sinto desde que assisti a “Tropa de Elite 2” com a Síndrome do Coronel Nascimento, pois acho que nunca um filme tinha mexido tanto comigo, com meus sentimentos, minhas angustias, meus sonhos...

Quando assisti o primeiro Tropa de Elite, achei um filme policial bom, não vi nada de extraordinário, tanto que continuei achando o filme “Cidade de Deus” o melhor filme brasileiro até então. Mas, este segundo bem mais inteligente, com mais recursos, efeitos e bem mais real, pois fala do cotidiano de uma pessoa que tenta mudar a realidade de muitas, mas, sempre se frustra, pois a maioria das pessoas quer apenas mudar sua própria realidade e os outros que se danem. O pior é que o filme mostra que a maioria destas pessoas que tem o poder de mudar a vida das outras, são as pessoas menos sensíveis a isso acontecer: OS POLÍTICOS. Sim caros amigos, a maioria destes representa uma classe, um segmento ou seus próprios interesses, poucos estão a favor daqueles que mais necessitam.

Ao falar que me sinto com a Síndrome do Coronel Nascimento, foi por pura identificação com o personagem. Hoje estou separado por minha esposa não ter aceitado a vida que escolhi e as opções que fiz. Opções estas que para nós que acreditamos em ideais e sonhos, movem nossas vidas, mas não necessariamente a vida daqueles que estão ao nosso redor. Não é fácil você abdicar de dinheiro, status, conforto, e passar a lutar por causas que muitos acham que já estão perdidas, mas, como o personagem do Coronel Nascimento coloca, fazemos isso automaticamente, pois fomos criados ou ensinados a fazer isso. Lembro quando eu era pequeno e minha Vó Elita enquanto almoçávamos falava pra só colocar no prato aquilo que comeríamos, pois muitos estavam com fome e não tinham o que comer. Ao final do almoço ela me chamava e nós deixávamos nas casas das pessoas o alimento que elas não tinham. Aquele gesto tão simples, mas tão sincero, começava a criar em mim o sentimento de humanidade que tenho hoje.

Talvez alguém ao ler este exemplo da minha Vó, lembre que eu sou contra sopões e distribuição de alimentos, realmente não vejo com bons olhos, como agente público, acho que temos que promover o cidadão e não dá esmolas. Por outro lado, se o cidadão comum tem sobrando e quer ajudar outra pessoa, vejo como gesto de amor e solidariedade.

Mas voltando ao filme, realmente sai abalado e tenho refletido muito sobre muita coisa, principalmente sobre minha decisões e opções. Acho que de agora em diante, tenho que pensar mais nos meus filhos antes de tomar qualquer decisão, uma vez que, eles dependerão de mim por muito tempo ainda. E reflito da seguinte maneira, lembrando de uma estória muito contada, mas que merece ser lembrada sempre: “Sou apenas um beija flor tentando apagar um fogo de uma floresta que não para de queimar, no entanto, faço a minha parte”. Mas, será que estas poucas gotinhas que levo no meu bico ta fazendo a diferença? Ou a fumaça, talvez o fogo me mate? Isso eu começo a partir de hoje a reavaliar...

Assistam ao filme, talvez alguns de vocês o vejam nesta ótica ou não, talvez seja só um entretenimento, mas, vale à pena assistir, sem dúvida o melhor filme brasileiro de todos os tempos!

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