quarta-feira, 13 de outubro de 2010

HISTÓRIAS DE SÃO JOSÉ...

Foto: Eu e meu amigo Ailton.

Vamos falar de coisas engraçadas pra quebrar um pouco o clima pesado das minhas publicações dos últimos dias. Esta história já contei a várias pessoas, mas, tenho que registrá-la no blog, até porque um dia quero fazer um resumo destas e fazer um livro.

Hoje conto a história do “Doido e o Motorista”

Meu amigo Ailton passou por maus momentos durante os anos 80, ficou mau mesmo, ao ponto de ser internado várias vezes. Mas, Ailton em alguns momentos e talvez na maioria deles não parecia ter problema algum, pelo contrário, quase sempre andava arrumado e conversava normalmente.

Certa vez teve um surto muito grande e foi levado à Natal. Chegando lá, ficou na casa de Geraldo Góis seu tio que ficou com a responsabilidade de levá-lo ao Hospital. Como todo mundo na casa de seu Geraldo trabalhava, não tinha ninguém pra ir deixar Ailton no Hospital Colônia para ficar internado. Então, seu Geraldo pediu pra Pascoal, um mecânico que trabalhava vizinho ir deixá-lo.

Pascoal era o típico mecânico, banho de verdade só no final de semana, quando ia visitar sua família. Com um macacão cheio de graxa, cabelo grande arrepiado, cheio de correntes de prata, parece que estou vendo à figura. Já Ailton não, calça jeans da moda, camisa quadriculada, cinto e sapato combinando, cabelo cortado, pra não dizer que ele era bonito, aqui dizemos que ele era bem aparentado.

Então entraram na Kombi e foram para o hospital. Lá chegando Ailton super calmo dizendo boa tarde a todos, cumprimentando enfermeiros, médicos, enquanto Pascoal super apressado, correndo pelos corredores, perguntando onde se internavam os doidos. Foi quando um médico viu o prontuário de internamento e pediu pra ambos acompanhá-los. Ailton sentou e começou a conversar com o médico, enquanto Pascoal dizia pra o médico se apressar, pois precisava ir embora. Pascoal além das suas vestimentas e de seu penteado de quem parecia ter levado um choque, tinha na mão um punhado de chaves. Foi quando o médico perguntou olhando para Pascoal:

Médico: O que o senhor sente Sr. Ailton, alucinações, fraqueza, tontura, me conte.

Pascoal já ficando nervoso disse:

Pascoal: Não Doutor, eu não sou louco não, o louco é esse rapaz aqui, eu sou mecânico e motorista.

O médico olhando pra Ailton deu um sorriso e disse.

Médico: Claro, o senhor só precisa de ajuda, espere um pouco.

O médico saiu da sala e quando voltou já foi com dois enfermeiros e pediu pra Pascoal o acompanhar. Pascoal começou a gritar que não era doido e começou a querer fugir. Os dois enfermeiros tentaram pegá-lo, mas Pascoal gritava e estava muito agitado, também coitado né! Então o pegaram e lhe aplicaram um amansa leão. Ailton calmo estava e calmo continuou, e quando o médico voltou ainda conversou com o médico.

Ailton: Doutor, o senhor já notou que todo doido quer ser motorista?

Médico: Ah rapaz, aqui é a coisa mais comum!

Ailton então se despediu do médico e veio a pé pra casa do Seu Geraldo que morava lá no Alecrim. Ao chegar todos ficaram sem entender e perguntaram onde estava Pascoal.

Ailton disse: Acharam que ele tava pior que eu e o prenderam lá!

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