quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A PEDIDO: MAIS UMA HISTÓRIA VERÍDICA, NA VERDADE DUAS...

Aos 15 anos me aventurei de ir fazer um teste para entrar na escola técnica agrícola de Bananeiras/PB. O ano era 1989 e eu já tinha praticamente perdido o ano escolar (neste ano tive papeira e catapora, além de está na pior fase de um aborrecente), estudava em Caicó por falta de opção em São José, pois aqui só existia o Magistério.

Fazer o curso em Bananeiras era pura falta de opção mesmo, mas, uma válvula de escape pra eu fugir de São José do Seridó. Como não estudei, não fui bem nas provas e fiquei na suplência, lembro que alguém disse pra eu aguardar pois muitos desistiam, uma vez que, passavam em outras escolas técnicas. Então fui pra casa de um tio meu em Araras, mas, não agüentei esperar e fui à Natal passear.

Em Natal fiquei na casa de Tia Eliete, irmã mais velha do meu pai, alguém que temos um carinho enorme. Tia Eliete então me convidou para morar com ela. Rui, filho de Tia Eliete, soube e me convidou pra trabalhar com ele. Eu, lá em Tia Eliete, fazia de tudo, lavava carro, engraxava sapato dos meus primos, fazia pagamento em banco, tudo que rendesse um bom trocado, e foi justamente fazendo estes pequenos serviços que acontece o primeiro conto engraçado.

Conto I – O Uno 1.6 Cor de Canário Zero Bala

Meu primo Júlio César, comprou um Uno 1.6 Ok amarelo deste cor de canário do reino e foi pra praia, quando chegou pediu para eu lavar. Eu louco pra ganhar uns trocados fui correndo pegar a mangueira, sabão e pano. Em frente à casa da minha tia existia um pé de castanhola e caiam muitas, deixando muita mancha na lataria do carro que eu não conseguia remover com água e sabão. Foi quando meu tio Júlio Cadete, com toda moral de quem sabia o que tava fazendo, me entregou um pacote de Bombril e disse: Filho, aqui tem mil e uma utilidades, se não sair com Bombril não sai com nada mais não!

Eu não poderia ir contra tanto saber, peguei o Bombril e passei não só nas manchas, mas, no carro todo, afinal o negócio fazia milagres. No outro dia, sou acordado aos gritos: Touché, o que foi que você fez com meu carro? O carro ta todo arranhado e fosco! Ai eu disse: Ué, foi seu pai que mandou passar Bombril, até fez propaganda do troço e tudo. Até hoje esta história é contada nos churrascos da família Cadete.

Conto II – Má companhia

Eu sempre fui de fazer amizade, converso muito, sou extrovertido e isso ajuda sem dúvida. E quando fui morar em Natal, passei a estudar no Dinâmico na Rua José de Alencar, Centro de Natal. Tinha muita gente boa, mas também, muita gente que não queria nada. Daí, passei a tentar escolher a galera mais saudável e tal, só que teve uma festa de todas as turmas nos Jern’s. Terminou o último jogo às 18 horas e fomos comemorar a vitória do time da classe num bar vizinho. Éramos 10 e tomamos umas 12 cervejas, quando foi por volta de 21 horas eu me despedi do pessoal e fui pra casa, pois eu ia pra o Dinâmico a pé. Lembro que era uma sexta feira, cheguei em casa e minha tia assistia o Globo Repórter, peguei algo para comer e fui assistir com ela, terminei de jantar, dei boa noite pra ela, tomei banho e fui dormir. Agora realmente começa o conto...

Acordei no sábado nu e todo molhado! Não entendi nada, me vesti e fui para mesa tomar café. Todos olhavam pra mim assustados e foram saindo da mesa. Foi quando Rui, meu primo, me disse: Touché, você usa drogas? Eu meio que sem entender disse: Claro que não, Deus me livre! Mas rapaz, então tem algo errado com você. Você acordou de madrugada, foi lavar roupa “nu”, cantando nas maiores alturas, depois foi pro quarto de mamãe, entrou “nu” pra debaixo da cama, dizendo que estava procurando algo. Depois começou a jogar garfos e facas pra cima, dizendo que era chuva de canivetes, sem mais nem menos, foi se deitar e dormiu. Rapaz, ninguém dormiu ontem à noite aqui, está todo mundo se perguntando o que aconteceu, você sabe? Como eu saberia responder, se eu estava dormindo!

Mas que vergonha, o pior é que até hoje eu não sei se foi sonambulismo, um surto, ou alguma coisa que colocaram na bebida durante a festa no colégio pra eu beber. Com o tempo e todos vendo que eu não tinha nenhuma ligação com drogas, a coisa passou a ser engraçada e todo mundo me zoava.

Jogar facas pra cima e dizer que é chuva de canivetes e ficar em baixo dela nu, realmente deve ter sido uma cena no mínimo hilária...

Nenhum comentário: