MAIS UMA PIADA VERÍDICA...

Todo mundo que conhece meu pai (Assis Cirilo) sabe que ele teve bar por muito tempo em São José do Seridó. Também sabe que Papai era do tipo folclórico, muita gente ia beber lá apenas pra escutar suas histórias e vê-lo reclamar. Se você conhece alguém muito pessimista, daqueles que você não imagina ter alguém mais que ele, tenha certeza, meu pai é o mestre dele.

Pois bem, começo a piada verídica da seguinte maneira:

Papai teve bar por mais de 30 anos, e no interior é conhecida a velha caderneta do fiado, quem nunca comprou fiado no interior, pode também dizer que é pescador, ou mentiroso, pode acreditar, é um vício tão grande quanto o da bebida. Mas bem, voltando a piada, a caderneta começou daquelas pequeninhas, com o passar dos anos, papai já comprava aqueles cadernos pra 08 matérias, de tanto fiado que tinha. De um ano para outro, lembro que ele uma vez pediu pra eu somar,  o valor na época dava pra comprar o carro top do ano, uma S10 cabine dupla, só pra vocês terem uma idéia. Os anos foram se passando e papai se desesperando, o fiado aumentando e ninguém pagando e os problemas só aumentando. Então, Papai resolveu arriscar a vida na capital,  e se mandou pra Natal. Mas antes, fez questão de procurar minha irmã e de uma incubência lhe dar: Danaina, vou te deixar esta caderneta e de quem você cobrar e te pagar, te pago uma comissão. Danaina disse que podia deixar e que ia já começar a cobrar.

Não se passaram nem um mês e Danaina liga pra meu pai.

Alô

Oi Danaina, recebeu alguma conta?

Não pai, é pra avisar que Bil morreu e a família não vai pagar.

OK! Risca da caderneta.

Com alguns dias, liga Danaina:

Alô Pai

Oi Danaina, recebeu alguma conta

Não, é pra dizer que Silvano morreu 

OK! Risca da caderneta

Passou uns dias e liga Danaina:
Oi Pai

Diga Danaina, quem morreu?

Foi Martins de Chico Franco!

Olhe Danaína, você pegue essa caderneta e rasgue, pois além de não receber de ninguém você ainda faz eu me sentir culpado de ter a esse povo cobrado! Também tem outra, se começar a morrer os papudinhos que me devem, pode começar a fazer cemitério, mas, isso eu não quero!

Só pra vocês terem uma idéia do quanto meu Pai perdeu em bar, meu avô (Miguel Cirilo) era o homem mais rico do lugar e boa parte ficou com meu pai pra ele acabar tudo vendendo cachaça fiado a quem bebeu no seu bar.

Essa é verídica, pode acreditar!