Nasci em Brasília/DF em 06 de janeiro de 1974. Filho de Seridoenses que foram tentar a sorte na Capital Federal, me criei na Ceilândia Sul, ou seja, periferia de Brasília.
Meu pai conta que era um barraco de madeira, e as condições financeiras eram mínimas. Talvez tenha surgido daí à vontade de ajudar e me dedicar aos mais carentes, pois muitos não entendem porque deixei uma carreira promissora como Contador, para me tornar um defensor das causas sociais. Posso dizer que estas coisas acontecem, uma coisa puxa outra, e assim, vamos nos conhecendo melhor e sabendo o porque continuamos vivos e o que na terra vinhemos fazer.
Hoje fiquei muito emocionado quando recebi um cartão de aniversário de Romário e ele agradecia por ter minha amizade e por eu ser uma pessoa do bem. Não que eu seja algum santo, pois tenho lá os meus defeitos e estes não são poucos. O bom é que eu conheço cada um deles e peço a Deus para melhorar sempre.
A minha situação financeira hoje realmente chega a me incomodar. Dever não é bom nem pra quem deve nem pra quem temos que pagar. Mas, tenho a confiança que tudo na vida passamos pois precisávamos passar.
Quando falo de quanto eu ganhava em Natal e o quanto passei em São José a ganhar, as pessoas acham que fui louco, sem noção, ou talvez estivesse mentindo para por bom passar. Nunca neguei a ninguém que voltei pra São José porque era uma promessa que tinha de pagar e o meu corpo precisava descançar. Aqui faço o que eu gosto, e se mudo a vida de uma única pessoa, valeu à pena por São José trabalhar. Ninguém jamais poderá dizer que voltei pra São José pra roubar, pelo contrário, voltei pra São José pra me dedicar e fazer o que muitos não fizeram por nosso lugar.
Nestes 36 invernos que comemoro hoje, posso dizer que a minha semente já começa a blotar. Construi uma família linda e estou ajudando a atual administração a fazer o nosso povo que escolheu esta terra para morar de tudo se orgulhar.
Se não sou nenhum pouco modesto peço desculpas, mas é porque sei do meu trabalho e do meu amor por esta terra que me adotou.
Confesso que desde a hora que soube da morte da Drª Zilda Arns e vi as imagens de Porto Príncipe estou abalado. Pois imaginamos que as pessoas tão boas que só viveram para fazer o bem, não morreriam assim, de forma tão trágica. Mas, todos tem a certeza que a Doutora das crianças pobres e esquecidas deste país morreu feliz. Morreu fazendo o que mais gostava, solidariedade. Palavra rara nos dias de hoje por ser tão pouco usada.
